quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Importância da Contabilidade Gerencial



Alessandra Piccolo Garcia*

O ciclo de vida das empresas de contabilidade de médio e pequeno porte em geral tem curta duração. As principais causas do fechamento são a falta de experiência e orientação dos gestores; a falta de planejamento e a fragilidade administrativa e organizacional. Entre essas causas, a gestão deficiente durante os primeiros anos de atividade é o principal fator que resulta no fechamento das empresas.
Assim, para garantir a sobrevivência no mercado, é fundamental que essas empresas busquem ferramentas que as auxiliem, fornecendo informações necessárias para o controle e para a tomada de decisão. Uma ferramenta que poderia auxiliar esse processo é a contabilidade gerencial, que deve ser vista como um instrumento essencial para a gestão das organizações e não somente um meio para atender às exigências legais.
A informação é uma poderosa ferramenta de gestão à disposição da organização, podendo-se, a partir dela, traçar um planejamento estratégico adequado. Com isso, os administradores e gestores necessitam investir e promover o desenvolvimento dos sistemas de informação, para que estes sejam utilizados nos processos decisórios de uma organização, formando, assim, base de dados capaz de gerar estratégias diferenciadas para enfrentar seus concorrentes, fornecer informações oportunas e precisas para facilitar os controles de custos, para medir e melhorar a produtividade e para a descoberta de melhores processos de gestão.

É na contabilidade que os fatos ocorridos se transformam em lançamentos contábeis, que, por sua vez, geram dados que poderão ser transformados em informações gerenciais capazes de dar suporte às decisões tomadas pelos administradores.
Tais controles interativos fornecem algumas perspectivas que focam como os gestores utilizam os sistemas de controle para o desenvolvimento de estratégias nas empresas. Estes sistemas são capazes de perceber novas estratégias, baseando-se na aprendizagem organizacional e no conjunto de informações fornecidos pela contabilidade gerencial.
Diante das informações fornecidas pela contabilidade gerencial, pode existir um processo contínuo de mudança no comportamento organizacional da empresa. Essa mudança poderá depender da forma como ocorre sua aprendizagem organizacional frente às novas informações. Pode-se adotar um modelo de aprendizagem de circuito simples, quando a empresa muda de estratégia diante de situações de descompasso, ou de circuito duplo, quando, além de mudar as estratégias, a empresa percebe que as informações por ela obtidas não são adequadas, devendo buscar um novo tipo de informação a ser utilizada na tomada de decisão.
Durante muito tempo, as empresas utilizaram modelos financeiros de avaliação de desempenho baseados em critérios contábeis. Os relatórios gerenciais eram constituídos por demonstrações de resultado, balanços patrimoniais e outras peças contábeis tratadas de acordo com as necessidades gerenciais de cada empresa específica.
Pode-se considerar que a contabilidade é uma importante fonte de informação para uma empresa, visto que é alimentada com dados gerados por todos os departamentos desta. É na contabilidade que os fatos ocorridos se transformam em lançamentos contábeis, que, por sua vez, geram dados que poderão ser transformados em informações gerenciais capazes de dar suporte às decisões tomadas pelos administradores. Pelo fato de as informações contábeis se apresentarem baseadas em critérios e relatórios contábeis pré-estabelecidos, cabe ao profissional da contabilidade estudar formas diferenciadas de manusear e apresentar uma melhor compreensão dos fatos ocorridos com o propósito de facilitar e evidenciar o processo decisório.
Estudos sugerem a utilização da contabilidade gerencial nas pequenas e médias empresas com a finalidade de agregar e melhorar o conhecimento dos gestores para o processo de tomada de decisão. Após análise do conceito de contabilidade gerencial propriamente dita, buscou-se, nesses estudos, explicar a importância do sistema de informação gerencial (SIG), que tem como definição a determinação de informações pertinentes ao gerenciamento organizacional, prestando, portanto, importantes subsídios ao processo decisório, uma vez que a relevância dessa informação está intimamente ligada às estratégias dos negócios.
O sistema de informação gerencial atrelado à sistemática do processo interativo torna a contabilidade gerencial um método totalmente eficaz na determinação de processos decisórios, pois envolve não só um apanhado de informações contábeis palpáveis, como a participação direta dos colaboradores e dos gestores ativos no decorrer do processo. Assim, pode-se dizer que a contabilidade concentra toda a história da empresa através do registro de dados, através de seus relatórios gerenciais, através do uso interativo na conduta diária da empresa, e, juntamente com o avanço da tecnologia, as rotinas contábeis começam a auxiliar os gestores nas tomadas de decisão.
O ambiente em que as organizações estão inseridas, a competição global e as inovações tecnológicas vêm transformando o mundo dos negócios, exigindo novas formas de utilização das informações financeiras e não-financeiras na gestão das empresas, utilizando-se de informações relevantes, principalmente de custos e desempenho, com o objetivo de apoiar o processo de decisão. A contabilidade gerencial pode ser uma ferramenta eficiente para os escritórios de contabilidade. Ela é a principal fonte de qualquer sistema de informação implantado numa empresa. É uma ferramenta que apoia a gestão das atividades contribuindo para a eficiência operacional da organização, auxiliando as empresas a coletarem, processarem e relatarem informações que resultam em dados para a tomada de decisão.

* Alessandra Piccolo Garcia é formada em Ciências Contábeis pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com especialização em Modelos de Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Instituto de Administração da FEA/USP. Com experiência em análise financeira e contábil e em compras públicas e privadas, presta suporte administrativo à direção do Instituto de Psicologia da USP. Foi aluna da 1ª Oficina de Redação em Divulgação Científica, realizada em 2008, com participação da Legulus, na Escola de Comunicações e Artes da USP.

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